domingo, 10 de outubro de 2010

O que é amor?

Acho que esse post vai ficar um pouco grande... mas vamos lá!
“A vida é uma busca constante... e morremos sem saber as respostas certas...”
                                                            Joaquim Rabelo
Começo fazendo menção desta bonita frase de Joaquim Rabelo (frase do dia no primeiro post do blog), pois tenho que dizer que novamente não tenho uma resposta exata para a pergunta em pauta. Porém, acho impressionante o quanto podemos crescer em cada “quase resposta” que temos. Por isso gostei da iniciativa do blog da Stéfany, pois perguntar nos faz querer crescer, nos tira do comodismo, nos faz pensar... nos faz procurar as certezas que movem o mundo, e mesmo que não temos sempre as respostas certas podemos viver uma vida incrível com as “quase respostas”.

Ao assunto: O que afinal é amor?
A resposta definitiva pra essa pergunta resolveria muitos dos nossos problemas principalmente os do lado afetivo. Poderíamos ter respostas certas para, por exemplo: “O que sinto por esta pessoa é amor?”; “Se era amor como jurávamos um ao outro, porque acabou dessa forma?”; “Ele(a) me ama de verdade?”
Acho que essas são perguntas comuns em relacionamentos amorosos, porém quero colocar na pauta da nossa discussão o amor de uma forma geral, não só o amor do casal, nem só o amor fraternal e nem só o amor social.

Acredito que cada tipo de amor age de forma diferente mas todos têm na sua base uma mesma engrenagem. Entendendo como funciona essa engrenagem fica um pouco mais fácil encontrar uma definição para o amor e a resposta para muitas perguntas como as citadas...

O amor e a linguagem dos sentimentos
O amor conforme a definição comum é um sentimento de extremo apreço por algo ou alguém, é um querer bem, é uma grande paixão ou uma grande ligação emocional com este algo ou este alguém. Nossos sentimentos têm uma linguagem e estão em constante comunicação conosco. Sentir algo também é um tipo de informação, esta é bem mais complexa do que a informação escrita ou falada. Por causa disso muitas vezes não conseguimos descrever com palavras o que estamos sentindo em certo momento, às vezes não conseguimos diferenciar logicamente a raiva do ódio por exemplo, ou então o amor da paixão. O caso aqui é que a definição comum do amor o torna um sentimento e, não bastasse a complexidade desta linguagem, tornar o amor um sentimento é incluir mais uma incógnita na equação.
E aonde você quer chegar?
As coisas ficam mais claras quando se trata o amor com um pouco mais de lógica e de forma mais razoável. Isso pode parecer estranho, pois sentimentos não são razoáveis, não existe uma lógica pra sentir algo, sentimentos seguem linguagens de sentimentos, porque tratar o amor que é o mais importante de todos, de forma diferente?

Bom, talvez o amor não seja um sentimento. O amor pode até ser sentido mas ele é muito mais praticado do que sentido. Na minha opinião 99% do amor é prática e 1% é sentimento. Amar é fazer algo pelo outro, é agir. Então resumindo, o amor, é um conjunto de ações ou reações que temos por algo ou alguém, independente do que realmente se está sentindo por este algo ou este alguém naquele momento.

Ou seja, eu posso sentir raiva certo momento mas continuar amando, posso não sentir mais paixão por alguém, mas continuar amando. Dizer que o amor é algo que se sente é como dizer que quando se sente raiva, não se sente amor, e isto não é verdade.

Parece que tudo ficou mais confuso.. mas vamos lá. No livro “O monge e o executivo” de James C. Hunter, o autor faz uma ótima definição de amor neste modo como falei. Pois é, esta definição não é minha, mas quem leu o livro percebeu o quão inteligente o autor foi em destacar os tipos de ações que determinam o amor como algo praticável. O mais interessante é que esta definição também não era de James Hunter. E sim de um livro escrito à quase 2000 anos, pelo apóstolo Paulo. O livro é a carta aos Coríntios, mais precisamente no capítulo 13. Pode ser encontrado facilmente em qualquer bíblia que tenha o novo testamento.

No Cap. 13 verso 4 até o verso 6, Paulo diz que o amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ressente do mal, não se conduz inconvenientemente, não procura interesses. Ser paciente ou ter paciência não é um sentimento, paciência não se sente, paciência se pratica. Notamos então que Paulo utiliza sempre os verbos para definir este amor. Conduzir, ser, procurar, esperar, suportar. E verbos indicam ações. Nada disso se sente, tudo isso se faz.

13:4 ...Não arde em ciúmes
Eu amo meu parceiro(a) mas sinto ciúmes dele(a), então na verdade não o amo?
O ciúme é um sentimento, mas vemos ainda que Paulo diz “arder” em ciúmes. Arder em ciúmes indica uma ação. É aquela situação típica do descontrole. Vamos dizer então que, quem ama, numa situação de ciúme não deixa o ciúme “arder” ao ponto de descontrolar-se e acabar um relacionamento assim do nada. Quem ama recorre à paciência, recorre à razão, quem ama não se conduz inconvenientemente. Quem não ama, ou ama muito pouco, é inflexível, não propõe uma conversa, numa situação de ciúme logo pensa em acabar tudo, em brigar. Não digo que a pessoa precise suportar pra sempre as situações de ciúme, mas qualquer impasse neste sentido tem que ser resolvido com amor. E o amor é isso, quem tem ciúme pratica o amor tendo paciência e conversando, quem está causando o ciúme pratica o amor respeitando o sentimento do outro e evitando mais situações constrangedoras.

13:7 ...tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
 
Este verso eu acho o mais forte de todos. É isso o que torna o amor realmente maravilhoso. Lendo este verso me lembro da pessoa que mais amei na vida... minha mãe. E aí que entendo que o amor realmente é 99% praticado e 1% sentido. A maior prova disso é que era ela a pessoa que eu mais amava na vida e tinha certeza que ela me amava igual, mas ela não precisava estar dizendo isso pra mim o tempo todo. Um sorriso dela quando eu chegava do trabalho, sua preocupação com os filhos, o seu cuidado comigo quando era criança ou até mesmo a forma como ela brigava comigo, me provavam em cada gesto o quanto ela me amava... e por ela, com certeza eu suportaria tudo, sofreria tudo... enfrentaria todos os exércitos do mundo armado de canivete... por ela... eu morreria....

E foi assim que aconteceu o maior gesto de amor da história. A morte de um Deus pelos seus filhos. Jesus não dizia a todo tempo em suas pregações o quanto ele amava a todos nós... ele veio e FEZ. Jesus amou o mundo de tal forma que se entregou à morte por nós, ele amou quem lhe bateu, amou quem o traiu. Não, você não precisa fazer isso, nem eu... não existirá um amor igual ao dele. O que Paulo diz no verso 13:7 é a definição do amor perfeito. Algo que não encontramos à todo tempo no nosso mundo humano. É a utopia do amor. Este amor perfeito é aquele que suporta tudo. Mas como amar quem lhe bate, quem lhe trai... como amar quem não te ama?
O verso 13:7 define o perfeito amor de Deus. E se nós não conseguimos amar como ele, com certeza ele nos compreende.
Enfim...
Minha vida mudou muito quando aprendi que o amor é mais praticado do que sentido. Parei de dizer “Eu te amo” sem entender qual a responsabilidade de realmente amar alguém. Aliás digo muito menos “Eu te amo” hoje em dia... mas pratico muito mais.
“Amor não se sente, amor se pratica”
 
By.: Kobauski

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